segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um lar para chamar de seu?


Interessante. É o máximo que pode-se dizer do longa "Nosso Lar". Assisti aos 48 do segundo tempo, no Jardins 1, em Vitória, mas o apelo do tema "vida após a morte" e também da figura de Chico Xavier, que psicografou o livro de mesmo nome que deu origem ao filme, já havia levado mais de 3 milhões de pessoas ao cinema rendendo mais de R$ 28 milhões com a distribuição da Fox.

Assistindo o filme de Wagner de Assis ficamos pensando em como aquela história deve ser boa, e porque é contada de forma arrastada e melancólica. Fica a impressão que "Nosso Lar" nada mais é que uma cidade futurista de Guerra nas Estrelas, mas com efeitos especiais forçados. Sabe aquela paisagem de fundo que todo mundo percebe que é cenário? Rola em uma das cenas. Ainda assim há cenas bem feitas onde os efeitos convencem, mas entendo porque o MinC não levou o filme para Los Angeles.

A atuação de Renato Prieto não é boa e compromete a história, já que é ele o ponto central, quem conta tudo para nós. Participações pequenas demais de Othon Bastos, Paulo Goulart e de Ana Rosa, são um alento no meio de uma história com um apelo tão inteligente e bem construído, mas com um roteiro que tenta te convencer o tempo todo do contrário, já que insiste em utilizar um tom chato de sermão, tentando, de certa forma, desqualificar quem não acredita na doutrina espírita. Filmes com temáticas religiosas, sejam elas quais forem, correm este risco, em especial quando abandonam a história e se dedicam a serem doutrinários. O filme deve ser uma obra de arte para todos, mas este parece ter sido feito apenas para quem acredita na doutrina espírita.

Ficou a sensação de que aquele não era exatamente "Nosso Lar" e a certeza que será preciso um outro filme sobre a cidade dos espíritos com um roteiro mais convincente para que este lar arrebate seus moradores, ou melhor seu público.

De qualquer forma é bom que filmes nacionais levem multidões ao cinema e que temas dos mais variados se transformem em matéria prima para a indústria cinematográfica emergente tupiniquim que tem tudo para conquistar plateias em todo o planeta, como já vem ensaiando a algum tempo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Atriz capixaba entre veteranos do cinema nacional



A atriz capixaba, Fabíola Buzim, está no elenco do novo longa de Hugo Carvana. Fabíola foi sucesso em 2009 com o solo cênico "A Menina", que arrebatou o público nos palcos de Vitória e do Rio de Janeiro.

As gravações de "NÃO SE PREOCUPE, NADA VAI DAR CERTO" já começaram e, entre outros veteranos do cinema e da TV, estão no filme Tarcísio Meira, que encabeça o elenco, e Lu Grimaldi.

Fabíola Buzim fará o papel de uma socialite que adora frequentar os eventos promovidos pelo personagem de Tarcísio, um veterano especialista em pilantragem. Caso repita a performance de seu último trabalho, Fabíola não vai demorar para encantar o Brasil.

A produção de R$ 6,2 milhões filma a todo vapor. Dias desses, a filmagem de uma cena de uma festa varou a madrugada na zona oeste do Rio de Janeiro.

A comédia policial de Carvana tem roteiro de Paulo Halm e marca a volta de Tarcísio Meira ao cinema após 20 anos afastado das telonas. Agora é esperar para conferir se a superprodução brasileira será compatível com seu orçamento. Confiamos que sim.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uma onda de medo


Por Anderson Cacilhas

Um professor de história, uma turma de adolescentes, uma experiência, um filme. “A Onda” surpreende pelo roteiro inteligente, coisa cada vez menos comum, e pela capacidade de assustar. Ele assusta o público.

Um grupo de alunos de uma escola secundária alemã inicia uma semana de estudos sobre autocracia e é surpreendido pela proposta do mestre para que viva um regime ditatorial na sala de aula.

Mas no decorrer da narrativa adolescentes “não ajustados” encontram na experiência uma causa pouco usual para fascistas, mas que se revela o mais puro pensamento desta ideologia.

De posse de uma causa, o grupo oprimido e insatisfeito, e agora com um líder, o professor, passa por cima de tudo e todos que questionem a nova ordem estabelecida. Agora fortalecidos e fora de controle acabam por contar com a complacência de um líder que era atormentado pelos mesmos medos de seus alunos.

Com desfecho perturbador, “A Onda” escancara como a exclusão moderna dos padrões e comportamento pode ter o mesmo efeito que a miséria teve na Europa da primeira metade do século XX, abrindo espaço nos corações e nas mentes para o asqueroso pensamento fascista.

O diretor Dennis Gansel conduz muito bem o filme, revelando cada detalhe, como o perfil dos personagens envolvidos, no momento certo. O elenco de jovens atores tem ótimo desempenho.

Por ser alemã, a produção tem muita propriedade e legitimidade para lidar com a questão que ainda parece ser uma ferida aberta naquele país.

O Sacada Cultural, positivamente surpreendido pelo ótimo filme, recomenda a todos que corram até o Cine Jardins ou a qualquer outro cinema do Brasil para assistir “A Onda”. É daqueles filmes que te deixam refletindo durante semanas. Você vai ficar muito mais atento e desconfiado. Para onde os líderes conduzem as massas hoje? Olhe ao seu redor. “A Onda” pode estar mais perto do que você imagina.

FICHA TÉCNICA
Diretor: Dennis Gansel
Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt, Jennifer Ulrich, Christiane Paul, Jacob Matschenz, Cristina do Rego.
Produção: Nina Maag
Roteiro: Dennis Gansel, Peter Thorwarth, baseado em obra de Todd Strasser
Fotografia: Torsten Breuer
Trilha Sonora: Heiko Maile
Duração: 107 min.
Ano: 2008
País: Alemanha
Gênero: Drama

terça-feira, 28 de julho de 2009

Espetáculo capixaba ganha o Rio e volta aos palcos de Vitória


Você já ficou repetindo uma palavra até ela perder o sentido?

Por Anderson Cacilhas

Após sucesso no Rio de Janeiro o espetáculo “A Menina” volta aos palcos de Vitória e os capixabas terão outra chance para assistir o monólogo nos próximos dias 1 e 2 de agosto no teatro Carlos Gomes. Nos dias 15 e 16 a atriz Fabíola Buzim repete a dose, desta vez no teatro da Ufes.

Sucesso de crítica no Espírito Santo e muito aplaudido no Festival de Teatro de Rua das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro, a peça é uma adaptação do conto “Menina”, de Ivan Ângelo.

Fabíola surge no palco como Ana Lucia, uma mulher adulta, mas às voltas com uma passagem de sua infância. No centro da história uma palavra: desquitada. A partir daí Ana Lucia inicia uma viagem sobre o desconhecido. Sua mãe é desquitada e as colegas da escola usam a desconhecida palavra para intimidá-la, acusá-la.

O belo texto abre caminhos para reflexões sobre as relações familiares, a infância, a escola, a própria vida.

Intrigante e em busca deste sentido, o espetáculo cria uma serie de jogos cênicos com a platéia e com os diversos personagens interpretados pela própria Fabiola Buzim. Dirigido pela cineasta Virginia Jorge, a peça se mostra como um solo cênico influenciado pelo teatro essencial onde a força do ator basta para que a história seja contada.

“A Menina” já tem espaço garantido nos palcos cariocas. Fará uma temporada de um mês em setembro no Rio de Janeiro. Antes disso, uma escala no Festival de Inverno de Ponte Nova, em Minas Gerais, no dia de 7 de agosto.

Por onde passa o espetáculo comove ao mesmo tempo em que faz rir. Foi assim no presídio feminino de Tucum, em Cariacica, no Viradão Cultural de Vitória, na Escola de Teatro e Dança Fafi e no Rio de Janeiro. Mais de duas mil pessoas já assistiram “A Menina”.

PRODUÇÃO

A produção do espetáculo “A Menina” envolveu uma equipe de 18 profissionais das áreas de cinema, música, teatro, comunicação e moda. Foram 15 meses de pesquisa de linguagem, treinamento, ensaio e criação artística. O resultado foi um espetáculo leve e especial.

A premiada cineasta Virginia Jorge aceitou o desafio de dirigir o espetáculo. Ela já ganhou o prêmio de Melhor Curta-metragem em 35mm, segundo a crítica, no 8º Festival Internacional de Curtas-metragem de Belo Horizonte. No 34º Festival de Cinema de Gramado, ganhou o Prêmio Especial do Júri e Melhor Roteiro e no 11º Festival Brasileiro de Cinema de Miami ganhou os prêmios de Melhor Direção de curta-metragem e Melhor Filme de curta-metragem.

A trilha sonora é original, criada pelo músico Juliano Gauche, vocalista da banda Solana, e a concepção do figurino é inspirada no “Parangolé”, obra do artista plástico Hélio Oiticica, concebida pela figurinista Luiza Fardin.

SERVIÇO

Teatro Carlos Gomes

1 e 2 de agosto

Horário: 20 horas

Valor: R$ 14,00 (inteira) / R$ 7,00 (meia para idosos, jornalistas, artistas, professores e estudantes, além de quem levar o flyer).

Ingressos na bilheteria do teatro.

Passaporte Cultural: Empresas interessadas em levar seus funcionários ao espetáculo pagarão preço especial e devem entrar em contato com a produção: Gabriela Buzim (9849-0287) ou Jihany Rangel (27-9717-4328).

Teatro da Ufes

15 e 16 de agosto

Horário: 20 horas

Valor: R$ 14,00 (inteira) / R$ 7,00 (meia para idosos, jornalistas, artistas, professores e estudantes, além de quem levar o flyer).

Ingressos na bilheteria do teatro.

domingo, 12 de julho de 2009

Quem tem outra opinião?


Se dar pitaco é uma mania nacional, uma das mais belas provas de que esta prática é uma das escadas para a evoluçao da nossa ideológica e conservadora sociedade é o espetáculo "Outra Opinião" do grupo Nós do Morro, uma trupe da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro.

A montagem é inspirada na peça "Opinião" da década de 60 dirigida por Augusto Boal e que consagrou Nara Leão, Zé Ketti, João do Vale e Maria Bethânia com canções pertubadoras para as mentes incapazes de enxergar a vida.

O Nós do Morro consegue mexer com a platéia, pelo menos com quem tem a mínima capacidade de ver que todas as indagações colocadas sobre a família, o sexo, a religião e até mesmo o amor, entre outras, revelam a fragilidade dos conceitos impostos pela ideologia estabelecida e que dita as regras da sociedade atual.

Os depoimentos, muitos trazidos de experiências dos próprios atores, são intrigantes e reveladores de uma realidade não percebida. As músicas de Marisa Monte, Pedro Luiz e a Parede, Arnaldo Antunes e Cordel do Fogo Encantado, entre outros, completam a atmosfera reveladora de uma outra realidade ofuscada pela que o "mundo real" insiste em mostrar.

"Outra Opinião" faz você acreditar que é possível ver as coisas de outra maneira e dá coragem para que os inquietos revelem suas revoluções para o mundo sem medo da espiral do silêncio que oprime os inteligentes.

Espetáculo imperdível com direção de Paulo Giannini e que ainda está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, e que um feliz jornalista e comunicólogo teve a satisfação de assistir. Vida longa e tomara que pise os palcos de Vitória para que capixabas também compartilhem de outras opiniões.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um filme para Baby e o palco para o Brasil


Por Anderson Cacilhas

Foto: Divulgação


Os Novos Baianos estão de volta. E para quem morre de saudade do som que reúne as maravilhosas distorções da guitarra de Pepeu Gomes com o swing e a sofisticação da MPB pode ficar mais feliz ainda. Baby do Brasil, a eterna Baby Consuelo, vai estar nas próximas apresentações e terá sua vida documentado em um longa-metragem que leva seu nome.

Depois da homenagem no carnaval de Salvador pelos 40 anos de surgimento dos Novos Baianos, que teve a participação da agora evangélica Baby do Brasil, o grupo se prepara para se juntar mais uma vez e fazer uma primeira aparição em São Paulo . Depois eles vão ganhar a estrada de todo o país com a Baby na garupa.

Se isso vai acontecer mesmo só o tempo dirá, mas pelos menos tudo vai ficar registrado para as devidas observações. Os cineastas Rafael Saar e Eduardo Silva, do Rio de Janeiro, iniciaram em Salvador, durante o carnaval deste ano, as filmagens do documentário "Baby do Brasil".

O longa-metragem vai contar a história de sua vida e carreira e será montado a partir de entrevistas com a cantora, material de arquivo e filmagens de seus shows e cultos.

As influências musicais, a espiritualidade, a voz, o corpo, o visual, as cores e a família farão parte deste caleidoscópio cinematográfico que pretende abranger todas as fases da vida da artista, desde os Novos Baianos, passando pela carreira solo como Baby Consuelo, até sua vida religiosa.

Ainda em fase de captação de recursos, o longa já começou a ser filmado em Salvador e agora vai viajar à São Paulo para a retomada dos shows da turma de Baby, Pepeu e Moreira.


COMO ANTES

E não pára por aí o retorno de Baby. Ela já prepara um CD. É a onda retrô invadindo mais uma vez a cena musical. A trajetória brilhante e talentosa dos Novos Baianos merece uma Baby como nos velhos tempos: vigorosa, intrigante e dona de uma presença de palco emocionante.

Pode sonhar em rever o velho grupo quase anarquista que ousou viver do modo como achava conveniente em um sítio de Jacarepaguá e que “andava” para as gravadoras inaugurando uma nova era musical com a mistura de rock, samba, frevo e muitos outros.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Filme que não foi feito rouba cena no Metrópolis





Por Anderson Cacilhas



A primeira noite da Mostravídeo Itaú Cultural foi palco para um filme “não realizado”. "Ação e Dispersão", de Cezar Migliorin, foi a melhor película exibida entre filmes pouco empolgantes e que, em alguns casos, perderam a oportunidade de causar furor na platéia.



O filme de Migliorin é um bem-humorado relato do que pode ser feito com o dinheiro levantado através das leis de incentivo para a produção cultural. Os seis minutos do curta coroam a “gastança”.



Em resumo, o diretor vai viajando, se hospedando, comendo e o dinheiro vai acabando. Legendas ajudam na contagem regressiva. O “the end” só acontece quando os zeros passam a povoar a conta bancária da produção do filme.



A crítica bem humorada abriu uma discussão sobre os produtos que são patrocinados com dinheiro público e os mais radicais devem ter refletido se o diretor não sabia sobre os filmes que viriam após o dele.



Filmes sonolentos se seguiram, mas nem tudo foi sofreguidão nas poltronas do cine Metrópolis. O chileno "Fear" tem um roteiro original, explora bem a problemática do medo e a paralisia que ele provoca no ser humano. Com isso abriu uma reflexão filosófica e sociológica sobre seus resultados na vida humana, mas pecou por ser um curta longo demais para o que propunha. Na metade do filme a plateia já havia entendido o que o autor queria dizer. Pelo menos é o que se espera.



"Narciso no Mijo" decepciona. A ideia original de parodiar a história do mito de Narciso, que morreu apaixonado por sua própria imagem refletida na água – no filme o reflexo se dá em uma "mijada" do próprio personagem no chão – é boa, mas o roteiro carece de um algo mais, um desfecho maior, algo além de um ferro de passar salvador.



A mostra continua esta semana. Agora é torcer para que as próximas exibições sejam melhores e que a metade do público não levante para ir embora antes do final. Esta sexta-feira (10/04) tem mais uma exibição de curtas e o Sacada ainda acredita que pode valer a pena ir à Ufes conferir.



NOTAS


– Os filmes da mostra, que estão sendo exibidos em Belo Horizonte e Vitória, são uma seleção do curador Jorge La Ferla, professor da Universidade de Buenos Aires e diretor artístico da Mostra Euro-Americana de Cinema, Vídeo e Arte Digital.



– A mostra exibida na capital capixaba demonstra que Vitória está credenciada a fazer parte do circuito alternativo de cinema. O público foi expressivo e a garotada intelectual sempre fica em polvorosa. Que se torne cada vez mais comum.



– Tudo bem que o mundo está globalizado, mas filmes em espanhol sem legenda não ajudam muito na apreciação da produção. Em Vitória ainda se fala português.



– “Acanhadinho” o cartaz na porta do cine Metrópolis. Os menos desavisados podiam chegar e achar que a mostra foi cancelada.




SERVIÇO


Sexta-feira (10 de abril) às 21h – Palestra com Jorge La Ferla, curador da mostra, e exibição dos filmes "Preparação II" (Brasil, 1976, 8 minutos), de Letícia Parente; "The Space Between the Teeth" (EUA, 1977, 10 min), de Bill Viola; "Living with the Living Theatre" (EUA, 1989, 30 min), de Nam June Paik; "Girl Power" (EUA, 1992, 15 min), direção de Saddie Benning; e "Carlos Nader" (Brasil, 1998, 15 min), de Carlos Nader .



Dia 17 de abril, às 21h – Exibição dos filmes "En Mi Menor" (México, 2002, 12 min), de Neyeri Ávalos; e "Balaou" (Portugal, 2007, 77 min), de Gonçalo Tocha.


Dia 24 de abril, às 21h – Exibição do filme "Los Rubios" (Argentina, 2003, 89 min), de Albertina Carri.

O cine Metrópolis fica no campus de Goiabeiras da Ufes, em Vitória. Entrada franca. Site www.itaucultural.org.br


Fonte serviço: Itaú Cultural.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Com pouco dinheiro, mas milionário


O sucesso arrebatador de "Quem Quer Ser um Milionário?" é um tapa de luva nas grandes produções de Hollywood que, apesar dos milhões de dólares, costumeiramente produz filmes que teriam tudo para serem ótimos filmes, mas acabam por serem apenas bons, às vezes ruins, afogados em uma grandiosidade desnecessária que ofusca interpretações, macula histórias e se afoga no vazio.



Mas este artigo é para falar do filme inglês e não para chorar as mazelas do cinema mundial que caiu de joelhos diante da barata película de Danny Boyle que custou 15 milhões de dólares e levou oito estatuetas do Oscar (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Som).




Seu principal rival, “O Curioso caso de Benjamin Button”, custou 150 milhões e levou apenas três categorias (Melhores Efeitos Especiais, Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem). Nem mesmo os astros Brad Pitt e Cate Blanchett foram capazes de fazer frente à produção onde 20% dos diálogos foram falados em Hindi e atores indianos desconhecidos conquistaram o público e os membros da academia.




O filme mostra uma Índia nem um pouco romântica e longe da imagem pacifista. Jamal Malik (Dev Patel) tem 18 anos, vem de uma família das favelas de Mumbai, e vai participar de um programa de TV onde suas respostas podem determinar sua conta bancária, seu futuro e até mesmo a concretização de um amor.




Jamal e sua história conseguem envolver a platéia. Ele comove com uma trajetória inacreditável e vê toda uma vida conturbada resultar na solução para o grande dia de sua vida.




Em jogo 20 milhões de rúpias na versão indiana do programa “Who Wants To Be A Millionaire?”. Preso por suspeita de fraude, já que um rapaz pobre não poderia saber as respostas – pelo menos é o que pensava a direção do programa e a polícia indiana – Jamal revela sua história na favela para justificar seus conhecimentos.




Um dos destaques fica por conta da cena em que Jamal, ainda criança, se joga em uma poça de fezes humanas para conseguir um autógrafo de um astro da TV local (foto no alto). A mistura de pasta de amendoim e chocolate foi perfeita no resultado: nojo, graça e pureza de uma criança sobrevivente das desgraças poucas vezes demonstrada com tanta franqueza.




O sacada recomenda.


Anderson Cacilhas - Jornalista.

terça-feira, 3 de março de 2009

Salgado leva Êxodos à universidade


A exposição Êxodos volta à Vitória e fica na Galeria de Arte da Ufes até o dia 13 de março. As lentes de Sebastião Salgado capturam nesta exposição momentos trágicos, dramáticos e heróicos de vidas individuais. No entanto, vistas em conjunto, também contam a história dos tempos atuais.

De 1994 a 1999, o fotógrafo Sebastião Salgado percorreu mais de 45 países registrando o dramático fenômeno dos deslocamentos populacionais no planeta. As fotos denunciam que os conflitos e os dilemas enfrentados pelas populações em situação de risco fazem parte de um processo global que atinge a todos.

Um dos maiores fotógrafos brasileiros de todos os tempos, Sebastião Salgado é mineiro, tem 56 anos, doutor em economia, casado, pai de dois filhos e fotógrafo profissional.

Salgado
Definitivamente, a fotografia caiu como um raio sobre a cabeça de Salgado. Diferente de Cartier-Bresson, que já manuseava câmeras fotográficas desde a tenra infância e seguia os caminhos das artes em ateliês de desenho e pintura, Salgado tirou seu primeiro retrato em 1971, aos 27 anos.

Nessa ocasião, vivia em Paris com sua mulher, a arquiteta Lelia Wanick Salgado, que foi obrigada a comprar uma câmera Pentax para fotografar apartamentos. Seu marido "roubou-lhe" a câmera por um instante e tirou um retrato seu, sentada no parapeito da janela, em um dia de sol.

Maravilhado com o resultado de sua imagem em contraluz, seguiria captando retratos da mulher e das crianças e trocaria o filme colorido pelo negativo em preto e branco. As imagens de cunho social que o deixaram famoso repetem, frequentemente, a mesma iluminação contrária de sua primeira foto.

Serviço:
Onde: Galeria de Arte da Ufes, Centro de Vivências.
Quando: 26/01/2009 a 13/03/2009
Contatos: 4009-7853 / 4009-2371
Horário: das 8 horas às 18 horas

Fontes: Ufes e Sesc São Paulo.
Fotos de Sebastião Salgado.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Fé consagra a Unidos de Jucutuquara

Matéria de fevereiro retirada do blog anterior.
Fotos: Anderson Cacilhas
Cantando a fé de um povo em Nossa Senhora da Penha, a Unidos de Jucutuquara sagrou-se tetracampeã do Carnaval de Vitória. Com um desfile tecnicamente quase impecável, a verde, vermelha e branca emocionou o público com um enredo que tocou no coração dos capixabas, onde se cantou a história de um símbolo do Estado: o Convento da Penha.

Com 1,5 ponto na frente da Mocidade Unida da Gloria (MUG), segunda colocada, a agremiação da Capital impressionou mais uma vez com suas alegorias grandiosas e com acabamento impecável onde destaques exibiam toda a grandiosidade de uma escola que investiu mais de R$ 800 mil no desfile.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Felipe e Andressa, deu um show e com fantasias muito luxuosas era o prenúncio de um desfile que entrou com jeito de vitória na avenida, apesar de problemas na evolução, que fizeram a escola correr um pouco e deixar alguns buracos, situação que custou alguns décimos na avaliação dos jurados.

A MUG
, que sofreu com um atraso para entrar na avenida, acabou vendo seu favoritismo perder força diante de problemas técnicos. A Barreiros surpreendeu. A escola de São Cristóvão ficou apenas um décimo atrás da agremiação da Glória.

É justo lembrar que a Boa Vista foi a única a conseguir nota dez de todos os jurados em um quesito. Muito rigorosos, os 30 paulistas e 10 capixabas avaliaram com minúcia os detalhes e consideraram a bateria da Boa Vista nota 10.

Uma descoberta. Pré-temporada de A Menina.

Uma palavra que perde o sentido. Uma menina atrás do pano. Sombras de um significado. Se a repetição faz Ana Lúcia se perder, a público de "A Menina"ela é capaz de apresentar o intrigante universo das mulheres.

Figurino, cenário e luz de uma simplicidade grandiosa deram o suporte perfeito para valorizar a ótima interpretação da atriz Fabíola Buzim no teatro Galpão, em Vitória. O jogo de cores, tensão e luz direta, e a luminosidade da revelação das coisas que já se sabem dão o tom do belo trecho da vida de uma mulher contado neste monólogo.

A direção da cineasta Virgínia Jorge (No Princípio Era o Verbo), que estréia à frente de uma peça, é minuciosa ao usar os recursos do teatro essencial, onde o ator é o centro e precisa falar com o corpo. Fabíola está radiante, linda e entregue ao papel. Talentosíssima.

As lindas fotos feitas por Bianca Pimenta na entrada do teatro.

As lindas fotos feitas por Bianca

Pimenta na entrada do teatro.

O solo é leve e o texto ­- uma adaptação do conto do jornalista Ivan Ângelo e que leva o dedo da própria atriz – é prazeroso. A Menina abre o mundo feminino para o público, faz rir, refletir e se identificar com a descoberta da liberdade e a visão crítica que só uma menina, como Ana Lúcia, poderia trazer à tona.

Vida
longa ao espetáculo e assistam. Vale muito à pena.



Leia também o post "Um monólogo esperado por todos"logo abaixo e confira fotos oficiais.

Anderson Cacilhas - Jornalista.
Fotos: Anderson Cacilhas e Chander Rian.

domingo, 1 de março de 2009

Um monólogo esperado por todos

Matéria de novembro de 2008 retirada do blog anterior.
Fotos: Bianca Pimenta (divulgação)


O monólogo da atriz Fabíola Buzim, "A Menina" já está às portas da estréia.
O efeito do figurino de Luíza Fardin registrado pelas lentes de Bianca Pimenta dão uma amostra do que a talentosa atriz pretende mostrar nos palcos.
Agora é esperar e conferir a história de uma menina com uma palavra. O Sacada vai estar lá.


Nasce o Sacada Cultural

Matéria de setembro de 2008 retirada do blog anterior.

Fotos: Anderson Cacilhas










O II For Rainbow - Festival de Cinema da Diversidade Sexual - realizado em Fortaleza, contou com a presença de Ney Matogrosso que emprestou sua atuação ao bom filme de Rafael Saar.
O Sacada esteve lá e não poderia ter sido melhor a escolha do Ney para abrir este novo espaço. Vida longa.