quarta-feira, 11 de março de 2009

Com pouco dinheiro, mas milionário


O sucesso arrebatador de "Quem Quer Ser um Milionário?" é um tapa de luva nas grandes produções de Hollywood que, apesar dos milhões de dólares, costumeiramente produz filmes que teriam tudo para serem ótimos filmes, mas acabam por serem apenas bons, às vezes ruins, afogados em uma grandiosidade desnecessária que ofusca interpretações, macula histórias e se afoga no vazio.



Mas este artigo é para falar do filme inglês e não para chorar as mazelas do cinema mundial que caiu de joelhos diante da barata película de Danny Boyle que custou 15 milhões de dólares e levou oito estatuetas do Oscar (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Som).




Seu principal rival, “O Curioso caso de Benjamin Button”, custou 150 milhões e levou apenas três categorias (Melhores Efeitos Especiais, Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem). Nem mesmo os astros Brad Pitt e Cate Blanchett foram capazes de fazer frente à produção onde 20% dos diálogos foram falados em Hindi e atores indianos desconhecidos conquistaram o público e os membros da academia.




O filme mostra uma Índia nem um pouco romântica e longe da imagem pacifista. Jamal Malik (Dev Patel) tem 18 anos, vem de uma família das favelas de Mumbai, e vai participar de um programa de TV onde suas respostas podem determinar sua conta bancária, seu futuro e até mesmo a concretização de um amor.




Jamal e sua história conseguem envolver a platéia. Ele comove com uma trajetória inacreditável e vê toda uma vida conturbada resultar na solução para o grande dia de sua vida.




Em jogo 20 milhões de rúpias na versão indiana do programa “Who Wants To Be A Millionaire?”. Preso por suspeita de fraude, já que um rapaz pobre não poderia saber as respostas – pelo menos é o que pensava a direção do programa e a polícia indiana – Jamal revela sua história na favela para justificar seus conhecimentos.




Um dos destaques fica por conta da cena em que Jamal, ainda criança, se joga em uma poça de fezes humanas para conseguir um autógrafo de um astro da TV local (foto no alto). A mistura de pasta de amendoim e chocolate foi perfeita no resultado: nojo, graça e pureza de uma criança sobrevivente das desgraças poucas vezes demonstrada com tanta franqueza.




O sacada recomenda.


Anderson Cacilhas - Jornalista.

terça-feira, 3 de março de 2009

Salgado leva Êxodos à universidade


A exposição Êxodos volta à Vitória e fica na Galeria de Arte da Ufes até o dia 13 de março. As lentes de Sebastião Salgado capturam nesta exposição momentos trágicos, dramáticos e heróicos de vidas individuais. No entanto, vistas em conjunto, também contam a história dos tempos atuais.

De 1994 a 1999, o fotógrafo Sebastião Salgado percorreu mais de 45 países registrando o dramático fenômeno dos deslocamentos populacionais no planeta. As fotos denunciam que os conflitos e os dilemas enfrentados pelas populações em situação de risco fazem parte de um processo global que atinge a todos.

Um dos maiores fotógrafos brasileiros de todos os tempos, Sebastião Salgado é mineiro, tem 56 anos, doutor em economia, casado, pai de dois filhos e fotógrafo profissional.

Salgado
Definitivamente, a fotografia caiu como um raio sobre a cabeça de Salgado. Diferente de Cartier-Bresson, que já manuseava câmeras fotográficas desde a tenra infância e seguia os caminhos das artes em ateliês de desenho e pintura, Salgado tirou seu primeiro retrato em 1971, aos 27 anos.

Nessa ocasião, vivia em Paris com sua mulher, a arquiteta Lelia Wanick Salgado, que foi obrigada a comprar uma câmera Pentax para fotografar apartamentos. Seu marido "roubou-lhe" a câmera por um instante e tirou um retrato seu, sentada no parapeito da janela, em um dia de sol.

Maravilhado com o resultado de sua imagem em contraluz, seguiria captando retratos da mulher e das crianças e trocaria o filme colorido pelo negativo em preto e branco. As imagens de cunho social que o deixaram famoso repetem, frequentemente, a mesma iluminação contrária de sua primeira foto.

Serviço:
Onde: Galeria de Arte da Ufes, Centro de Vivências.
Quando: 26/01/2009 a 13/03/2009
Contatos: 4009-7853 / 4009-2371
Horário: das 8 horas às 18 horas

Fontes: Ufes e Sesc São Paulo.
Fotos de Sebastião Salgado.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Fé consagra a Unidos de Jucutuquara

Matéria de fevereiro retirada do blog anterior.
Fotos: Anderson Cacilhas
Cantando a fé de um povo em Nossa Senhora da Penha, a Unidos de Jucutuquara sagrou-se tetracampeã do Carnaval de Vitória. Com um desfile tecnicamente quase impecável, a verde, vermelha e branca emocionou o público com um enredo que tocou no coração dos capixabas, onde se cantou a história de um símbolo do Estado: o Convento da Penha.

Com 1,5 ponto na frente da Mocidade Unida da Gloria (MUG), segunda colocada, a agremiação da Capital impressionou mais uma vez com suas alegorias grandiosas e com acabamento impecável onde destaques exibiam toda a grandiosidade de uma escola que investiu mais de R$ 800 mil no desfile.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Felipe e Andressa, deu um show e com fantasias muito luxuosas era o prenúncio de um desfile que entrou com jeito de vitória na avenida, apesar de problemas na evolução, que fizeram a escola correr um pouco e deixar alguns buracos, situação que custou alguns décimos na avaliação dos jurados.

A MUG
, que sofreu com um atraso para entrar na avenida, acabou vendo seu favoritismo perder força diante de problemas técnicos. A Barreiros surpreendeu. A escola de São Cristóvão ficou apenas um décimo atrás da agremiação da Glória.

É justo lembrar que a Boa Vista foi a única a conseguir nota dez de todos os jurados em um quesito. Muito rigorosos, os 30 paulistas e 10 capixabas avaliaram com minúcia os detalhes e consideraram a bateria da Boa Vista nota 10.

Uma descoberta. Pré-temporada de A Menina.

Uma palavra que perde o sentido. Uma menina atrás do pano. Sombras de um significado. Se a repetição faz Ana Lúcia se perder, a público de "A Menina"ela é capaz de apresentar o intrigante universo das mulheres.

Figurino, cenário e luz de uma simplicidade grandiosa deram o suporte perfeito para valorizar a ótima interpretação da atriz Fabíola Buzim no teatro Galpão, em Vitória. O jogo de cores, tensão e luz direta, e a luminosidade da revelação das coisas que já se sabem dão o tom do belo trecho da vida de uma mulher contado neste monólogo.

A direção da cineasta Virgínia Jorge (No Princípio Era o Verbo), que estréia à frente de uma peça, é minuciosa ao usar os recursos do teatro essencial, onde o ator é o centro e precisa falar com o corpo. Fabíola está radiante, linda e entregue ao papel. Talentosíssima.

As lindas fotos feitas por Bianca Pimenta na entrada do teatro.

As lindas fotos feitas por Bianca

Pimenta na entrada do teatro.

O solo é leve e o texto ­- uma adaptação do conto do jornalista Ivan Ângelo e que leva o dedo da própria atriz – é prazeroso. A Menina abre o mundo feminino para o público, faz rir, refletir e se identificar com a descoberta da liberdade e a visão crítica que só uma menina, como Ana Lúcia, poderia trazer à tona.

Vida
longa ao espetáculo e assistam. Vale muito à pena.



Leia também o post "Um monólogo esperado por todos"logo abaixo e confira fotos oficiais.

Anderson Cacilhas - Jornalista.
Fotos: Anderson Cacilhas e Chander Rian.

domingo, 1 de março de 2009

Um monólogo esperado por todos

Matéria de novembro de 2008 retirada do blog anterior.
Fotos: Bianca Pimenta (divulgação)


O monólogo da atriz Fabíola Buzim, "A Menina" já está às portas da estréia.
O efeito do figurino de Luíza Fardin registrado pelas lentes de Bianca Pimenta dão uma amostra do que a talentosa atriz pretende mostrar nos palcos.
Agora é esperar e conferir a história de uma menina com uma palavra. O Sacada vai estar lá.


Nasce o Sacada Cultural

Matéria de setembro de 2008 retirada do blog anterior.

Fotos: Anderson Cacilhas










O II For Rainbow - Festival de Cinema da Diversidade Sexual - realizado em Fortaleza, contou com a presença de Ney Matogrosso que emprestou sua atuação ao bom filme de Rafael Saar.
O Sacada esteve lá e não poderia ter sido melhor a escolha do Ney para abrir este novo espaço. Vida longa.